Em laços de fitas azuis
Cinturas unidas, voavam.
Dançavam sem o chão sentir
Em graça e leveza extravasavam.
Cumplicidade e sorrisos os unia
E o mar que a distância impunha
Nem era bem percebido, pois
A quem tem asas, nada acabrunha.
Flutuando em sorrisos sempre
Nas rápidas palavras em dança
Mal perceberam a tempestade próxima
A grande inimiga da bonança.
De um raio só, fulminados
Sucumbiram em meio ao clarão
Os corpos apaixonados
Jaziam agora no chão.
Mas a quem o amor embriaga
Não se rende, nem vira pó
Acordados foram com o vento
Que sibilava em um sustenido dó.
Olharam-se no momento imediato
Rolaram tanto de rir
E ao prazer ali se entregaram
Antes de com o vento partir.
Agora nas noites sombrias
Nas tormentas e tempestades
Sente-se a energia dos amantes
Que a tudo e a todos invade.
Em grandes fachos de luz
Dirigidos aos que se amam
Surgem os dois de mãos dadas
Repartindo sensações aos que clamam.
Uns dormem, outros partem
Pois já satisfeitos todos os sentidos
Fica a esperança que um novo sonho retorne
Para seguir agradando aos envolvidos.